7 estratégias para gerenciar melhor a carteira de crédito e reduzir o PDD
O cooperativismo de crédito se destaca, hoje, pelo seu crescimento em todo o território nacional. E podemos citar, como uma das causas para isso, a democratização da carteira de crédito que, com juros menores se comparados com o banco tradicional, entre outras vantagens que atraem cada vez mais associados para seu ideal.
Mas, mesmo com todo esse sucesso, é importante garantir que a saúde financeira da cooperativa de crédito e suas operações sejam estáveis, para que a missão de incluir financeiramente as pessoas e desenvolver comunidades seja integralmente cumprida.
Uma das formas que ameaçam constantemente o bom andamento e a evolução de uma cooperativa é a inadimplência, problema crescente no país e que impacta diretamente na sua gestão financeira. Ela é o motivo principal para que seja necessária a criação e o uso do PDD – Provisão para Devedores Duvidosos.
Entretanto, uma boa gestão das carteiras concedidas pela instituição é o suficiente para não arriscar o PDD e evitar perdas. Neste artigo, vamos entender como gerenciar melhor tais carteiras e minimizar os impactos severos que a inadimplência causa no cooperativismo de crédito.
O que é PDD e qual sua relação com carteira de crédito?
PDD é a Provisão para Devedores Duvidosos, ou seja, uma reserva de dinheiro que a instituição faz para cobrir perdas ocasionadas pela inadimplência de alguns associados que tomaram crédito emprestado.
No momento em que se cria o PDD não existe a certeza de que os associados deixarão de pagar suas dívidas; por isso a medida é vista como de caráter prudencial, ou seja, um dos pontos que faz a cooperativa de crédito estar preparada para tudo.
A relação entre PDD e carteira de crédito é bem próxima, afinal, ela representa o somatório de todo o saldo devedor e financiamentos que a cooperativa realizou. Isso significa que, se carteira de crédito não tem uma boa gestão, então o PDD tende a ser alto para aquela instituição, o que não é ideal.
7 estratégias para a melhor gestão da carteira de crédito
Dessa forma, visando a redução de custos ocasionados pelo PDD, vamos explorar as 7 melhores estratégias para um gerenciamento de alta performance da carteira de crédito de uma instituição.
1. Análise de crédito aprofundada
Primeiramente, é preciso garantir que a concessão de crédito seja feita com base em uma análise criteriosa da capacidade de pagamento do associado que toma tal quantia emprestada.
Essa análise é feita por meio de avaliações das informações financeiras, histórico de crédito, perfil do associado tomador de empréstimo, entre outros aspectos que possam influenciar a probabilidade de inadimplência.
2. Monitoramento constante dos indicadores de risco
Também é importante acompanhar de perto os indicadores de risco e o desempenho dos empréstimos, pois isso é fundamental para a gestão da carteira de crédito.
Esse acompanhamento permite à cooperativa identificar tendências e padrões mais facilmente, como o aumento na média de atraso no pagamento ou a concentração de empréstimos em setores econômicos específicos.
Ou seja, é importante estar de olho sempre nos indicadores que possam representar riscos potenciais.
3. Diversificação da carteira
Diversificar a carteira de crédito é uma prática essencial para minimizar os riscos associados à inadimplência. Isso porque ela ajuda a diluir os impactos negativos de um único setor ou grupo de clientes em caso de inadimplência.
Ou seja, se uma cooperativa de crédito só faz empréstimos para o varejo, a inadimplência tende a ser muito elevado quando o setor estiver em crise; ao passo que, se empresta para varejo, agro, indústria e pessoa física, a tendência é de que um setor em crescimento “cubra” o que está em crise.
Essa diversificação, portanto, pode ser feita por meio da concessão de empréstimos para diferentes segmentos de mercado, variando também os perfis de risco e prazos de pagamento.
4. Relacionamento com o associado
É importante também manter um relacionamento sólido com os associados. A constante troca entre os atores dessa relação favorece o acompanhamento da situação financeira dos associados.
Isso permite entender melhor as dificuldades deles e oferecer soluções eficazes, como a renegociação de dívidas ou a concessão de prazos de pagamento mais flexíveis.
Em resumo, relacionar-se de modo mais próximo com o associado é uma estratégia eficaz para prevenir o PDD.
5. Sistemas de alerta
A adoção a sistemas capazes de alertar os colaboradores responsáveis da cooperativa de crédito sobre empréstimos com alto risco de inadimplência pode contribuir para a redução do PDD.
Tais sistemas monitoram em tempo real os indicadores de risco e emitem alertas ao agente quando determinados limites da carteira de crédito são ultrapassados, o que permite à cooperativa tomar medidas corretivas caso a caso, evitando assim que a situação geral da instituição seja agravada.
6. Educação financeira
Outra estratégia capaz de reduzir o PDD é a promoção de eventos, cursos, palestras e workshops voltados para a educação financeira dos associados.
Além disso, a produção de materiais educativos que falem sobre planejamento financeiro, orçamento familiar e uso responsável do crédito são poderosas ferramentas para educar o público.
Na prática, a ação significa capacitar os associados para a tomada de decisões financeiras mais assertivas, o que, por fim, ajuda na prevenção da inadimplência.
7. Adoção a tecnologias emergentes
A utilização de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e análise de dados, é muito eficaz na identificação de padrões e tendências ocultas, além de facilitar a análise de risco e proporcionar uma visão mais precisa do perfil de crédito dos associados.
Na gestão de carteiras de crédito, ela significa também a automação de processos e de sistemas integrados de gestão, que contribuem para produtividade dos colaboradores e a redução de custos gerais.
Conclusão
Adotar estratégias conscientes e focadas na gestão eficiente da carteira de crédito de uma cooperativa pode ser a chave para a mitigação de riscos relacionados à inadimplência, além de fortalecer os laços entre instituição e associados.
Isso porque a cooperativa de crédito estará melhor preparada para lidar com os desafios do mercado financeiro, o que inclui a prevenção do PDD. Assim, continuará seguramente contribuindo para a democratização financeira do Brasil e para o desenvolvimento das comunidades em que estão inseridas.