A inovação em cooperativas deixou de ser apenas uma escolha estratégica e tornou-se uma necessidade para garantir competitividade e eficiência. Isso porque essas instituições, tão ligadas ao seu “cliente” (o associado), estão sempre em transformação para se adaptarem às novas realidades do mercado e às mudanças nos perfis de seus associados.

Isso significa que adotar uma ou outra tecnologia pensando apenas em determinado nicho da sociedade não é eficaz, tampouco cumpre sua missão de fidelizar o cooperado, que comprovadamente possui cada vez menos interesse em visitar agências físicas para realizar transações bancárias.

Neste cenário, fomentar uma cultura de inovação e integrar tecnologias emergentes, como automação de processos simples e inteligência artificial, pode ser o diferencial para o crescimento sustentável das cooperativas de crédito.

O que é uma cultura de inovação em cooperativas?

Inovar não significa apenas investir em novas ferramentas tecnológicas, mas sim criar um ambiente que incentive a troca de ideias e a busca por soluções criativas e melhoria contínua em produtos e serviços.

Esse ambiente deve possuir um conjunto de comportamentos, valores e práticas que promovam a criatividade, a colaboração e a disposição para correr riscos controlados. No caso da inovação em cooperativas de crédito, as pessoas são encorajadas a pensar de forma aberta e a buscar maneiras inovadoras de enfrentar desafios cotidianos.

Fomentar essa cultura dentro das instituições financeiras depende de algumas estratégias fundamentais:

Incentivo ao aprendizado contínuo e colaborativo

As cooperativas devem investir em treinamentos e capacitações periódicos, voltados para revitalizar seus procedimentos ou buscar adaptação às tecnologias. Cursos sobre transformação digital, por exemplo, preparam os colaboradores para compreenderem e utilizarem novas ferramentas com mais eficiência, expandindo sua visão e estimulando a identificação de oportunidades.

Criação de ambientes que incentivem a colaboração interna

Dentro da possibilidade e da realidade de cada agência, as cooperativas podem criar “laboratórios de brainstorm“, espaços físicos ou digitais onde os colaboradores possam propor e testar novas ideias sem medo de falhar. Essas iniciativas promovem um ambiente mais ágil e dinâmico, o que aumenta a probabilidade de inovação.

Formar líderes que inspirem a mudança

A cultura de inovação começa com uma liderança que valoriza e promove o dinamismo das coisas; afinal, sem um estímulo ou orientação, como os demais colaboradores poderão contribuir para ela? Líderes inovadores incentivam a criatividade e são responsáveis por cultivar um ambiente onde a mente aberta a novas oportunidades se torne um valor intrínseco à cooperativa.

Tecnologia financeira a serviço da inovação no cooperativismo

Uma das formas mais visíveis de promover a inovação em cooperativas de crédito é o uso da tecnologia financeira (fintech).

As fintechs transformaram a maneira como as instituições financeiras operam, oferecendo soluções que melhoram a experiência do usuário, aumentam a eficiência operacional e promovem a inclusão financeira.

Algumas delas, inclusive, sequer possuem endereço físico ou agências. Operam, atendem seus usuários e resolvem problemas tudo de forma online, pelo celular ou aplicativo. Inclusive muitos pontos desse atendimento são automatizados também. Podemos citar:

Automação de Processos e Inteligência Artificial

A automação de processos através de uma estrutura de TI preparada e segura permite que tarefas repetitivas e manuais sejam executadas por softwares, economizando tempo e recursos.

Além disso, a cada dia a inteligência artificial (IA) avança mais a cada dia e hoje já se pode aplica-la para muitas operações internas de uma cooperativa de crédito, como aprimorar a análise de dados, atendimento ao cliente e prevenção de fraudes.

Um exemplo prático é o uso de chatbots para agilizar o atendimento. Esses sistemas automatizados conseguem identificar, elaborar soluções e dar devolutivas para dúvidas simples de associados de maneira rápida e eficiente, liberando os colaboradores para focarem em atividades mais complexas.

Análise de Dados e Aprimoramento de Decisões

A coleta e análise de grandes volumes de dados (Big Data) é outra ferramenta tecnológica que vem transformando o setor cooperativo. Seu objetivo é compreender, ao mesmo tempo, quem é seu associado comum, seus gostos, sua forma de se relacionar financeiramente, e também entender cada associado individualmente.

Isso é possível através de uma análise conjunta entre IA e algoritmos avançados, que permite às cooperativas a compreensão mais aprofundada sobre os hábitos de seus associados, de forma que seja possível tomar decisões – como concessão de crédito a PMEs – mais seguras e assertivas, além de oferecer produtos mais personalizados e otimizar a gestão de riscos.

Casos de sucesso de cooperativas que digitalizaram serviços financeiros

Várias cooperativas de crédito no Brasil já colhem os frutos da inovação tecnológica. Um exemplo notável é o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), que digitalizou grande parte de seus serviços.

Hoje seus associados, na maioria das vezes, se relacionam com a instituição através de aplicativos móveis e plataformas de internet banking, o que facilitou grandemente o acesso dos associados, aumentando não apenas os resultados da Sicredi, mas a satisfação e a fidelização deles.

Outra cooperativa que implementou inovações com sucesso é o Sicoob, que investiu em tecnologias como biometria – para aumentar a segurança nas agências e em dispositivos móveis que possuem a tecnologia – e IA para melhorar a segurança nas transações e a experiência do usuário.

A partir dessas mudanças, a Sicoob registrou um aumento expressivo no número de associados e na eficiência operacional, chegando a ser referência nacional em questão de segurança e satisfação do associado.

Esses exemplos mostram como a transformação digital no cooperativismo pode não apenas modernizar seus serviços, mas também gerar resultados positivos concretos. Entretanto, a inovação em cooperativas não deve se limitar à adoção de tecnologias, mas ser aplicada também aos processos de gestão e à forma como os serviços são oferecidos.

Conclusão

A inovação em cooperativas de crédito é uma poderosa ferramenta para manter a relevância no mercado financeiro atual. Com a adoção de tecnologias como automação e inteligência artificial, essas cooperativas podem aumentar sua eficiência, melhorar o atendimento e garantir um crescimento sustentável.

Mas o papel da liderança inovadora para a criação de uma cultura interna que valorize as novas ideias e a melhoria contínua é uma peça-chave para esse processo. Isso significa que adotar tecnologias apenas para “acompanhar” o mercado, sem aprofundar em seus processos e sem capacitar seus colaboradores, é uma ação de pouca ou nenhuma eficiência.

Por isso, treinamentos como os oferecidos pela Treinacoop são fundamentais para capacitar periodicamente as equipes sobre o poder da inovação no cooperativismo e da mudança de mindset. Assim, elas estarão preparadas para o futuro do mercado financeiro, impulsionando o sucesso institucional.