Queimadas na agricultura: como as cooperativas ajudam pequenos produtores?
As queimadas têm se tornado um problema cada vez mais frequente no Brasil, especialmente durante o período de seca. Todos os grandes biomas do país estão sendo afetados com preocupação e a grande perda é, sem dúvida, em relação à biodiversidade do nosso território.
Mas com dados alarmantes apontando para o aumento desses eventos, as queimadas na agricultura têm afetado também um número cada vez maior de produtores familiares, que, de fato, são os verdadeiros responsáveis por alimentar nosso país.
Neste contexto, é crucial que a agricultura familiar receba apoio de instituições financeiras realmente comprometidas com a retomada das suas atividades e o sucesso futuro da lavoura. Estamos nos referindo, é claro, ao papel das cooperativas de crédito, que abraçam esses agricultores em momentos difíceis e procuram garantir a sustentabilidade do negócio.
No artigo de hoje, vamos entender como esse apoio pode ser feito da melhor forma possível sem comprometer ainda mais o agricultor afetado pela queimada, nem interferir nos resultados almejados pela cooperativa.
Além disso, vamos entender por que é fundamental preparar lideranças e colaboradores das cooperativas de crédito a atuarem de forma serena, estratégica e eficaz em momentos de crise como este.
Alguns dados estatísticos sobre as queimadas na agricultura
De acordo com dados atualizados diariamente, só em 2024 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 116 mil focos de queimadas no Brasil, sendo a Amazônia e o Cerrado as regiões mais afetadas, com 80% de todos os registros.
Esse crescimento expressivo das queimadas tem um impacto direto na agricultura, especialmente na agricultura familiar, que representa cerca de 70% dos alimentos consumidos no país. Para se ter noção, só a onda de incêndios ocorrida no Estado de São Paulo, em Agosto/24, deixou um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão aos produtores, segundo o governo paulista.
Esses agricultores familiares, que muitas vezes trabalham com recursos limitados, sofrem perdas significativas de produção devido a incêndios descontrolados, resultando em prejuízos financeiros e riscos à segurança alimentar local.
Além das perdas diretas de cultivos e infraestrutura, as queimadas na agricultura afetam a qualidade do solo, causam erosão, poluem os recursos hídricos e alteram o microclima das regiões, tornando a produção agrícola ainda mais desafiadora.
Os custos para mitigar esses danos são elevados e envolvem variáveis como tempo e ausência de eventos climáticos extremos, que têm se tornado cada vez mais frequentes no mundo, muitas vezes inviabilizando a recuperação rápida para pequenos produtores.
O impacto das queimadas na agricultura familiar
Os agricultores familiares enfrentam uma série de desafios adicionais quando são atingidos pelas queimadas. A perda da safra representa uma redução imediata da renda, enquanto a destruição de pastos e infraestruturas, como cercas e depósitos, gera custos extras.
O maior impacto financeiro, entretanto, está relacionado ao trabalho de recuperação do solo e à aquisição de novas sementes e insumos, que aumentam exponencialmente os gastos operacionais do pequeno agricultor, que não teve receita no período e isso pressiona ainda mais seu orçamento limitado.
Com todo esse contexto, os agricultores familiares dependem significativamente de crédito rural e apoio externo para se recuperar de crises ambientais. Nesse cenário desafiador, as cooperativas de crédito se tornam verdadeiras parceiras do pequeno empreendedor rural, fornecendo capital a taxas muito abaixo do praticado pelos bancos tradicionais e condições planejadas especialmente para o momento de crise.
O papel das cooperativas de crédito no apoio aos atingidos pelas queimadas na agricultura
As cooperativas de crédito desempenham um papel importantíssimo de solidariedade e suporte ao pequeno produtor afetado pelas queimadas na agricultura.
Além de oferecer linhas de crédito rural emergencial para a recuperação das atividades, as cooperativas também facilitam a renegociação de dívidas, garantindo condições mais flexíveis de pagamento durante períodos de crise.
Aliás, já contando com uma espécie de adequação às mudanças climáticas, muitas cooperativas de crédito têm criado programas específicos para auxiliar os pequenos empreendimentos que possam ser afetados por eventos extremos, como as queimadas na agricultura, a seca, as enchentes, ciclones, entre outros.
Tais programas incluem, claro, o crédito a juros reduzidos e prazos estendidos para o pagamento, mas também disponibilizam acesso a seguros agrícolas, uma prática que pode minimizar os danos financeiros causados por eventos como queimadas.
Dessa forma, ao facilitarem o acesso a esses seguros, as cooperativas de crédito protegem os agricultores familiares contra perdas devastadoras, ajudando-os a recomeçar com um pouco menos de dificuldades e mais dignidade.
É preciso estar preparado para apoiar produtores em momentos de crise
Para que as cooperativas de crédito possam oferecer o máximo de suporte aos agricultores familiares, é crucial preparar seus colaboradores para lidar com as complexidades de crises como as queimadas.
Por isso, investir em programas de capacitação focados em liderança, gestão de carteiras e alta performance, é fundamental para preparar equipes que vão entender melhor as necessidades dos agricultores e responder de maneira eficaz ao que cada um necessita.
Ao desenvolver habilidades de negociação e empatia, os colaboradores das cooperativas conseguem desenvolver um atendimento verdadeiramente focado no sucesso do associado e na recuperação da atividade agrícola, alinhando melhor os interesses dos agricultores com os objetivos financeiros da cooperativa e promovendo um suporte mais personalizado e eficiente.
Conclusão
Diante do aumento das queimadas na agricultura, as cooperativas de crédito se destacam como uma fonte vital de apoio aos agricultores familiares, oferecendo soluções financeiras e sustentáveis para superar os desafios impostos por essas crises ambientais.
Mas, por trás desse verdadeiro trabalho de parceria entre a instituição e o pequeno produtor, o suporte estratégico dos treinamentos para cooperativas são capazes de desenvolver nos colaboradores a visão necessária para promover a prosperidade tanto dos associados quanto das comunidades que dependem da agricultura familiar.
Portanto, mesmo que as queimadas na agricultura possam trazer desafios de todas as espécies, o papel das cooperativas de crédito e da Treinacoop é, portanto, fundamental para fortalecer a resiliência dos agricultores familiares e assegurar um futuro sustentável, mesmo em tempos de incerteza ambiental.